STUDIO 33 EM FOCO: Estórias que o povo conta

Estórias que o povo conta

  Por Allef Heberton - Colunista do Studio 33 Em Foco

Quem aí acredita em mula sem cabeça, bicho da fortaleza ou o menino da carneira? 

Todos nós já escutamos histórias e estórias de eventos sobrenaturais que aconteceram, sejam por nossos avós, um conhecido,  ou com os amigos nas calçadas. Eu saia arrepiadim, cada vez que escutava um "caso". Por isso, hoje venho trazer para vocês as estórias que o povo conta, aqui na nossa cidade!


Imagem da internet

O homem quem vendeu a alma para o diabo. 

Um dia eu fui até a casa de Mestre Ulisses Mendes, para uma entrevista. Num certo momento, Ulisses começou  contar a história desse homem, e afirmou: "O caso aconteceu aqui e a sua família mora na cidade até hoje!".

Vamos chama-lo de Cícero.

Cícero morava numa zona rural e trabalhava na roça, era casado e muito batalhador. Só que um dia ele surtou e disse que estava cansado de trabalhar no sol quente, entregar leite e capinar chão, então ele foi atrás de uma árvore que segundo os mais velhos da época, era milagrosa. No dia que ele encontrou essa árvore, ele se ajoelhou debaixo dela e pediu pro diabo. "Ô diabo, ce ocê fizer ieu rico, ieu vendo minha alma pro cê. Minha alma não, minha alma e meu corpo". Mais tarde na hora do almoço, Cícero sentiu uma dor de barriga e saiu correndo para fazer as necessidades no mato,  antes de achar a moita, ele trupicou e voltou para trás, pra ver o que era aquilo, e pasmem, uma pedra preciosa. Esse homem tirou a pedra e quando levantou, viu que tinha eram muitas no local. Pronto, o diabo tinha o atendido. Cícero ficou rico, só que junto veio a arrogância e a maldade. Vivia maltratando a mulher e os empregados. Ele chegou a comprar quase todas as terras ao redor da sua, menos uma, porque o dono se negou a vender. Um dia, ele disse que ia lá na casa desse senhor, porque ele não podia ser contrariado. Na hora que ele entrou na estrada, apareceu  um homem muito bonito e bem vestido, chamando seu nome. Cícero respondeu e questionou quem era. O homem respondeu que ele tinha vindo cobrar a dívida, mas Cícero disse não se lembrar dele e nem de dívida  alguma. O moço se virou para o lado, e quando olhou de volta, seu rosto parecia uma carranca. Ele disse que era o diabo e que tinha vindo pessoalmente o buscar. Cícero questionou um pouco, mas não tentou fugir. O diabo então transformou o seu corpo em um cavalo com a frente humana. Cícero montou nele e nunca mais foi visto...

Foto: Allef Heberton

Que medo! Não é bom arriscar sair pedindo coisas por aí. A cobrança pode vir a cavalo (literalmente). Ah, esse causo virou espetáculo pelo grupo teatral Itinguense - GRUTI.

Aproveitando que a quaresma acabou (porque é bom não arriscar), vou começar contando as lendas que acontecem durante os 40 dias. Segundo contam, uma mulher aparece vagando pela ruas de Itinga, nua, com uma trouxa na cabeça. Dizendo que, toda vez que prendiam ela, ela saia da cela sem abrir a porta. Enquanto isso em outros bairros, uma barrica rolava pelas ruas, fazendo barulhos de correntes sobre o chão, juntamente de cachorros que não paravam de latir. Algumas pessoas saiam nas janelas para ver que barulho era esse, mas não enxergavam nada. Outros viram a mula sem cabeça pulando e sumindo do nada

fonte: Memória de Itinga, Jô pinto

Eu poderia ficar aqui contando mais e mais causos pro cês, mas aí eu não ia deixar vocês com medo em outros dias. Enquanto eu preparo mais historinhas, contem as coisas sobrenaturais que já aconteceram com vocês ou as histórias que vocês já ouviram. Estarei aqui lendo tudo.

 Abraços e até a próxima!

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