STUDIO 33 EM FOCO

Papo com o Artista - "Um dedim de prosa" - Felipe Gusmão

  Por Allef Heberton - Colunista do Studio 33 Em Foco

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo depende do horário que você estiver lendo essa matéria.

No dedim de prosa com o artista dessa semana, trago uma entrevista com Felipe Gusmão, que tem 22 anos e é técnico em enfermagem. Nos últimos anos ele se fez presente na cultura de Itinga. Participou de filme, teatro, lives e shows.

Nos últimos anos a gente viu uma presença constante sua na cultura de Itinga. Como é participar dos projetos artísticos da cidade?

Eu não sabia que iria me identificar tanto com esse meu lado artístico, agora vi que gosto muito e é muito bom fazer parte da cultura da nossa cidade. Quem sabe um dia representar Itinga por ai.

Você desde sempre foi muito ligado a música, hoje faz parte dos teatros e até fez um filme. O que é mais fácil, tocar em um carnaval ou apresentar um espetáculo para milhares de pessoas na sexta-feira da paixão?

É sempre muito difícil apresentar para pessoas. Acho que até os grandes artistas sentem aquele frio na barriga quando sobem em um palco e olham aquela multidão. A expectativa deles para com o nosso trabalho é grande. Os dois tem seu peso, não consigo diferenciar.



Você trabalha como técnico em enfermagem e nas horas vagas se joga na cultura. Isso te ajuda a fugir um pouco dessa realidade que vivemos hoje?

Ajuda e muito! O setor onde trabalho mexe muito com psicológico, e deixa a gente muito cansado. Vendo tudo isso que está acontecendo no nosso país até mesmo na nossa cidade, o mundo artístico me ajuda a relaxar e esquecer um pouco,  porque vivo preso em um lugar onde vejo pessoas sofrendo, então preciso me alegrar, dar uma fugida desse caso. A cultura faz isso!

Se você pudesse escolher um momento vivido no mundo artístico, qual seria?

Primeira vez na paixão de Cristo em 2018! Mais de 700 pessoas na Praça. Momento incrível!

Paixão de Cristo. Como estamos em tempos de pandemia, resolvemos gravar um filme. Infelizmente tivemos que pausar os ensaios e a gravação por um tempo. Como está sua expectativa para as retomadas do processo e a estreia do filme?

A expectativa é muito grande, já estou ansioso para gravar e depois assistir milhares de vezes como foi a estrela de Belém (risos). A gente queria muito entregar o filme na data certa para todos, mas estamos passando por um momento delicado e a prevenção é o melhor remédio. Vamos aguardar mais um pouco, mas em breve faremos o lançamento oficial.


Veja um pouco do trabalho do Felipe Gusmão como Percussionista no CarnaItinga:



Os limites entre estética e saúde


Por Adriana Machado - Colunista do Studio 33 Em Foco

Hoje em dia, com a aparência estética sendo cada vez mais valorizada, principalmente em redes sociais, as pessoas têm buscado cada vez mais melhorar sua aparência física facial e corporal. E isso não é ruim, pelo contrário: melhora a auto estima, faz se sentir mais confiante em qualquer área da vida. Mas temos observado ao mesmo tempo uma busca exagerada pelo corpo e rosto perfeito (um padrão quase que inalcançável de beleza).



 A estética nunca deve estar acima da nossa saúde, é preciso reforçar isso!O profissional precisa alinhar com o cliente os benefícios do tratamento, o que ele espera, e o resultado que pode ser alcançado com segurança e sem colocar a saúde do paciente em risco. Uma anamnese bem feita, qualificação do profissional, juntamente com confiança e colaboração do paciente, conseguimos alinhar estética, saúde e bem estar com a segurança que você precisa!

Itinga registra 8° óbito por COVID-19

Feliciana - A Santa do Povo

Por Allef Heberton - Colunista do Studio 33 Em Foco

 Oioi, Gente! 

Vocês já ouviram falar da história da escrava Feliciana? Se sim, nada melhor que relembrar. E se não, chegou o momento de conhecer um pouco da história que há anos,  intriga,  faz refletir, rezar e comemorar a sua alma na nossa cidade.

Ela nascera numa senzala na comunidade de Pasmado Empedrado no município de Itinga-MG na primeira metade do século XIX. Entre seus 17 a 20 anos de idade, se tornou uma bela mulher, que atraia olhares dos senhores fazendeiros daquelas redondezas. Possuía muita bondade, fraternidade e caridade, despertando no seu senhor de engenho: desejo e admiração. Porém, a esposa Joaquina, senhora cruel, sentido-se ameaçada, tratou de eliminar da forma mais impiedosa qualquer vestígio de insegurança para seu matrimônio. Certo dia, a Senhora Joaquina, ordenou que a escrava Feliciana fosse apanhar lenha e acendesse o forno para assar uns biscoitos, obediente, cumpriu a determinação. Horas depois, quando o forno já estava quente como "fogo do inferno", a senhora mandou os escravos pegarem Feliciana, chicoteá-la até seu sangue rolar pelo chão. Em seguida, levou o corpo para o forno quente e trancou-lhe!

Fotos: Facebook da associação quilombola social e cultural Escrava Feliciana

 Os escravos com os corações dilacerados pela dor e crueldade, nada podiam fazer para impedir, pois a senhora ficara vigiando cada golpe deferido. Até o momento de deposita-la naquele forno, só se retirou quando terminou sua vingança de mulher enciumada, saiu dando gargalhadas de prazer pelo mal cometido a jovem Feliciana.

A desolação tomou conta da senzala, a angústia no coração daqueles negros - escravos, foi desesperadora, porém, um dos escravos não aguentando mais, se dirigiu ao forno e sem que ninguém percebesse, abriu a porta do mesmo. Feliciana saiu em disparada, embreou-se pelo mato adentro, soltando gritos amedrontados a todos que ali se encontravam, inclusive na casa grande.

Passou-se três dias e ninguém tinha notícias da escrava, mas um vaqueiro procurando seu bezerro que havia desgarrado do rebanho, ouviu uma melodia encantadora vinda de longe. Um cheiro agradável e puro lhe chegava pelo vento, atraído pela fragrância desconhecida, foi acompanhando o aroma e o som melodioso até se deparar com uma lagoa, aproximou-se e viu sobre as águas o corpo da Escrava. O vaqueiro foi pedir ajuda para três escravos para retirarem o corpo da água, ao chegarem depararam com borboletas e pássaros que  entoavam  seus cantos sem parar ao redor do seu corpo.

Túmulo verdadeiro da escrava - Foto: Foto: Gilvan Gonçalves/Documentário

Os quatro homens tiraram o corpo de dentro da água e o enterraram a uns duzentos metros da lagoa. Junto ao túmulo, plantaram árvores, e enfiaram uma estaca de madeira para marcar o local, o que facilitaria quando parentes e amigos pudessem visitar o túmulo.

Túmulo doado por um médica, após milagre alcançado - Foto: Foto: Gilvan Gonçalves/Documentário

Algum tempo se passou e nas folhas da árvore plantada perto do túmulo, começou a aparecer inscrições que os escravos não entendiam. Eles arrancavam folhas e mostravam aos Freis Capuchinhos missionários, que passavam constantemente, estes guardavam e os recriminavam ordenando que esquecessem aquele lugar, mas os escravos sabiam que havia algo de especial naquelas folhas e começaram a usá-las no preparo de chás, cicatrizantes de feridas e curar doenças de quase todos os males. Todas as bençãos que se pedia a alma da Friciana, realizava-se. As bençãos alcançadas através de Feliciana foram aumentando ano, após ano, suas histórias e suas curas atravessaram décadas até os dias atuais, sempre relatada a injustiça cometida com a jovem negra.

Existem vários relatos de graças alcançadas, os romeiros vão periodicamente visitar seu túmulo para pagar promessa. Neste local foi erguido uma capela para aquela que o povo considera como Santa, mesmo a igreja não reconhecendo há celebrações e cultos em sua devoção!

Texto e pesquisa: Jô Pinto

 

Que história pesada e cheia de fé, não é mesmo?

O túmulo da Feliciana é visitado todos os anos pelos romeiros e por pessoas que saem para pagar promessa. A Igreja católica não reconhece Feliciana como santa, mas isso nunca foi empecilho para que os párocos celebrassem a sua alma junto ao povo que têm a sua fé!

 Gostaram? Contarei mais histórias, estórias e lendas aqui no meu cantim.

Abraços!