Por Fernando Rodrigues - Colunista do Studio 33 Em Foco
A ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na cidade de Itinga sempre foi um sonho antigo de todos os seus moradores. Cada munícipe traz consigo uma lembrança ou memória de fatos que ocorreram anteriormente a sua construção. Relatos felizes e tristes de pessoas que precisaram muito fazer a travessia nas “saudosas canoas” ou balsas. Foram muitos canoeiros e balseiros que por muitas vezes atravessaram pessoas em situações diversas. Não obstante, o “tempo das canoas” trazem consigo lembranças boas, mas também de situações difíceis. Na época das chuvas, o nível de água do rio subia e isso implicava muito para aqueles que tinham a grande necessidade de chegar a outra margem.
Foto: Bruno Lages |
Foto: José Nelson Pêgo |
No dia 26 de Março de 2004, conforme prometido o presidente com toda a sua comitiva retorna a cidade para entregar ao povo Itinguense a obra concluída. Foi um fato marcante na história desse povo que com grande alegria fizeram-se presentes neste evento tão importante. A ponte conta com 312 metros de comprimento e pesa 330 toneladas. A promessa do presidente era antiga, especificamente desde o ano de 1993. Após a intervenção política e apresentar a grande necessidade do povo itinguense a Mineradora Vale do rio Doce, esta por sua vez bancou todo o custeio da obra da ponte na cidade. O processo se deu por meio de doação do valor da obra entre a mineradora e a prefeitura. Além disso, uma outra empresa colaborou ainda com seis mil sacos de cimento para alavancar a construção deste tão almejado sonho.
Foto: José Nelson Pêgo |
Na ocasião da inauguração, o presidente foi recebido com faixas de manifestação de carinho pelo povo Itinguense que agradecido externalizava a gratidão por atitude tão nobre. Lula estava acompanhado de ministros, secretários, assessores e o governador do estado, Aécio Neves.
Foto: José Nelson |
Hoje, com muita alegria faz-se a memória e celebra-se 17 anos de marco histórico na vida do povo de Itinga. Cabe aqui destacar que foram muitos os avanços após a construção da ponte. Economicamente o município alavancou e possibilitou ainda a extração de granitos gerando mais recursos para a cidade. Consequentemente o PIB e o IDH da cidade também aumentaram, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Sabe-se que há muito o que desenvolver, mas fazer memória a este grande feito é compreender que Itinga tem caminhado cada dia mais rumo ao progresso, após esta grande obra.
Ilustração de Luiz Araújo, que ganhou primeiro lugar no concurso de desenho Itinga 74 anos, no ano de 2017 |
Portanto, é necessário a reflexão que ultrapassa o desenvolvimento e permeia as relações humanas e sociais. A ponte trouxe esperança, alívio, certeza de que muitas histórias tristes vivenciadas não iriam se repetir. A ponte trouxe consigo também uma grande lição e representação daquilo que se deve construir por toda a vida: ser ponte na vida de outras pessoas. Hoje é um importante símbolo e um dos principais cartões postais da cidade, assim como o monumento do primeiro Canoeiro (Tio Nilo) e a sua esposa, na Praça Humaitá. Era grande necessidade de ter uma ponte, mas após a sua construção, entende-se que ela passa a exigir mais de seus moradores, impelindo um importante papel da vida como um todo. É necessário ser ponte nas relações, na família, nas amizades, nos bairros, nas comunidades e em todas as situações da vida. Ela é um dos símbolos mais expressivos para a cidade, sobretudo no que tange o seu papel formativo. Isso implica que se precisa cultivar mais a união e concretização de valores, ideias e propostas que unam as pessoas. É uma necessidade! É preciso que construa pontes, e que as pessoas “sejam pontes” todos os dias. A vida quer isso de cada um dos seres humanos. A vida sempre pede mais.
REFERÊNCIAS: